''Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.''
-Che Guevara
Durante os anos 50, a juventude passa a lutar por vários processos
culturais e ideológicos alternativos; enfrentam, por isso, um moralismo rígido
de um modelo de sociedade que já não os cativava mais.
Foi nesse cenário que, durante o
ano de 1952, Ernesto Guevara de la Serna, um jovem argentino nascido na cidade
de Rosário e que, apesar de ter sido criado por uma família aristocrática era socialista,
inicia uma longa jornada pela América Latina.
Junto ao seu amigo Alberto
Granados, percorreram o sul da Argentina, o Chile, o Peru, a Colômbia e a
Venezuela. Uma viagem onde analisaram a realidade com um olhar crítico e
pensamentos profundos e retornam para Buenos Aires em 1953 com o intuído de
terminar o curso de medicina.
Em junho desse mesmo ano, já
formado, Ernesto inicia sua segunda viagem pela América Latina. Dessa vez, o
jovem visita países como Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Costa Rica, El
Salvador e Guatemala. Presenciou as péssimas condições de trabalho nas minas de
cobre, a carência dos povoados indígenas e dos leprosários. Diante dessa
precariedade consolida-se ainda mais o sentimento revolucionário e de anti-imperialismo.
Considerando os conhecimentos adquiridos, Ernesto escreve em uma de suas
anotações:
“A pessoa que está agora
reorganizando e polindo estas mesmas notas, eu, não sou mais, pelo menos não
sou o mesmo que era antes. Esse vagar sem rumo pelos caminhos de nossa
Maiúscula América me transformou mais do que eu me dei conta.(…) A menos que
você conheça as paisagens que eu fotografei em meu diário, será obrigado a
aceitar minha versão delas. Agora, eu o deixo em companhia de mim, do homem que
eu era…” Começa assim a se desenhar o
retrato de um mito.
Ele estava convencido de que a única solução para as injustiças sociais
existentes na América Latina era uma revolução. Em 1954, partiu para o México e
uniu-se aos revolucionários cubanos liderados por Fidel Castro. Foi nessa
agitação que ganhou o apelido de ''Chê'', devido ao seu jeito “argentino” de
falar.
Junto aos revolucionários
exerceu varias funções e, após o triunfo da revolução cubana, nosso herói passa
a integrar o governo em Cuba, chegando a ser nomeado ministro.
Nos anos 60, as viagens
de Che continuaram e com o intuito de levar, não só para a América Latina, mas também
para a África, o espírito revolucionário e anti-imperialista, envolvendo-se em
novas lutas armadas. Em 1966 realizou uma missão na Bolívia, onde liderou os
camponeses e mineiros contrários ao governo militar. Foi capturado e executado
em 9 de outubro de 1967 durante a disputa.
As ideias defendidas por Che
nos trás uma serie de indagações, muitos se simpatizam e outros as repudiam. O
importante é trazer consigo a discussão destas questões, provendo senso critico
da realidade existente. Ernesto defendeu a todo custo uma melhora do local onde
vivia, acreditava que a justiça deveria ser feita e questionava a injustiça
sempre.
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