sexta-feira, 5 de abril de 2013

Revolução Francesa - A Luta da Aristocracia



Com a Revolução Francesa, os obstáculos sociais, políticos e econômicos que impediam o capitalismo foram fortemente enfraquecidos. Embora os interesses burgueses guiassem as finanças e o comércio, havia ainda empecilhos na questão de propriedade privada e direitos feudais baseados na ordem de um regime de estado centralizado.
Além disso, na França, o crescimento demográfico expressivo vivido na época não correspondia com o crescimento econômico. A baixa da produção agrícola decorrente da queda na produtividade devido às secas e inundações espalhou pelo território francês um cenário de fome e miséria.
No século XVIII, o poder ainda se apoiava na Teoria do Direito Divino dos Reis, onde Luís XVI governava sem empecilhos à sua autoridade. A Assembleia dos Estados-Gerais, no entanto, não era acionada desde 1614. Essa situação passou a ser questionada pelo povo em meio à crise financeira do reino.
Diante de tais dificuldades, o Estado criou impostos e medidas fiscais, porém a ascensão econômica da burguesia atrapalhava os regulamentos, proibições e taxações ditadas pelo governo absolutista.
Embora o papel da burguesia fosse essencial para o Estado, ela não tinha poder político suficiente, situação decorrente da organização estamental francesa, que se dividia em Clero, Nobreza e Terceiro Estado (burguesia e camadas populares). Sendo assim, a sociedade era financiada pelo Terceiro Estado, visto que as outras duas camadas tinham isenção fiscal.
As condições socioeconômicas vividas pela população francesa na década de 1780 agravaram-se ainda mais em 1786, quando a França reduziu as tarifas alfandegárias dos produtos ingleses, levando as indústrias nacionais à falência, gerando desemprego e acabando com o comércio nacional.
A crise econômica somava-se à crise política. Ministros eram demitidos sucessivamente quando tinham suas propostas reformistas negadas pela aristocracia que não abria mão de seus privilégios e direitos para contornar a decadente situação.
Quando, em Maio de 1789, finalmente se abriu a sessão dos Estados-Gerais, os interesses dos diferentes grupos sociais ali representados entraram em choque. O Terceiro Estado exigia a votação individual, pois assim alcançaria facilmente a maioria na Assembleia, e os demais estamentos queriam a tradicional votação por estados, onde cada estamento tinha direito a um voto.
Enxergando a impossibilidade de conciliar interesses, Luís XVI tentou dissolver a Assembleia. Os representantes do Terceiro Estado rebelaram-se e juraram que não se dispersariam enquanto não houvesse uma Constituição. Declarou-se então em Assembleia Nacional Constituinte.
Luís XVI então tomou decisões drásticas para confrontar a Assembleia, porém, para resistir ao rei e liderar o povo, formou-se uma milícia burguesa, a Guarda Nacional.
Em 14 de Julho, uma multidão invade a fortaleza da Bastilha, que era não só uma prisão, mas também um forte símbolo do poder absolutista, e sua queda significava um sinal de fraqueza do rei. No campo, os camponeses invadiam castelos e matavam nobres. Esse período ficou conhecido como Grande Medo.
A primeira fase da Revolução Francesa ficou então conhecida como Fase da Assembleia Nacional e caracterizada pela forte ação da burguesia nas cidades e dos camponeses no interior.
A Assembleia dos Estados Gerais aboliu os direitos feudais e aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que estabelecia a igualdade de todos perante a lei, direito à propriedade privada e de resistência à opressão.
Os bens da Igreja se transformaram em lastro para a emissão de uma nova moeda, os padres passaram a subordinar-se ao Estado como funcionários públicos. A Assembleia proclamou, em 1791 a primeira Constituição da França, que passava a ser uma Monarquia Constitucional.
Na Assembleia Nacional disputavam os Jacobinos (elo entre movimento popular e membros radicais) e os Girondinos (alta burguesia). Conforme os movimentos revolucionários iam ganhando força, a nobreza ficava cada vez mais acuada e os monarcas das potências absolutistas vizinhas temiam o avanço de tais ideias. Assinaram então a Declaração de Pillnitz e ameaçavam invadir a França.
O plano do rei francês de se unir aos demais monarcas e invadir o próprio território numa espécie de "contragolpe" foi por água abaixo quando ele e sua família foram presos tentando fugir para o Império Austríaco.
Paralelamente, cresciam as dificuldades econômicas do governo revolucionário, levando à especulação e inflação descontrolada. Os revolucionários exigiam medidas radicais e enquanto isso, o exército absolutista estrangeiro marchava sobre a França.
Formou-se então um exército popular liderado pelos jacobinos e foi essa força que enfrentou o exército dos emigrados e prussianos. O rei foi acusado de traição ao país por colaborar com os invasores e os revolucionários proclamaram a República. 



                                                                            Por Fabiana Boquimpani

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