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“Liberdade Guiando o Povo” foi
pintada por Eugène Delacroix, no mesmo ano que ocorreu a revolução. Delacroix não participou dela, sendo provável
que ele tenha se inspirado em gravuras do conflito para realizar a obra.
O quadro foi pintado rapidamente, em pouco mais
de três meses. Entretanto evitou-se expor a obra publicamente, devido à
perturbação que esta causou, tanto nos realistas quanto nos revolucionários. Foi apenas em 1874 que o quadro foi adquirido
pelo Louvre, e exposto com honrarias.
Análise da obra:
Em
primeiro plano, apresenta-se a mulher, que representa a ideia de liberdade. Ela não flutua sobre o campo de batalha,
mas mistura-se a ele, sujando as próprias mãos.
A bandeira que ela segura representa a ideia de
universalidade (igualdade, liberdade e fraternidade), as cores vivas presentes
nela auxiliam no destaque da mulher. As vestes da liberdade apresentam um tom
mais claro do que no restante da pintura, facilitando a leitura da imagem.
O proletariado, que está presente no segundo
plano, de uma forma submissa implora pela liberdade, protegida pelo burguês,
que está armado.
Os cadáveres representam a classe perdedora; os
membros da guarda de elite do rei (nobreza). O realismo dos cadáveres é
inspirado em obras de Antoine-Jean Gros, pintor que Delacroix admirava.
A obra apresenta uma composição em pirâmide
clássica, onde a liberdade ocupa o
vértice da pirâmide, e as linhas diagonais trazem dinamismo à pintura.
De
maneira geral, pode-se concluir que a obra expressa a relação das classes
presentes na revolução. Ela mostra a derrota da nobreza, que esteve no poder
durante muitos séculos, e a visão da burguesia sobre o povo, considerando-o uma
massa manipulável, que deve ser protegida, tendo a burguesia a missão de conduzi-la.
“..e se não lutei pelo meu país, pelos menos terei pintado
por ele”
Delacroix
Por Isabela Carrilho
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