sábado, 6 de abril de 2013

O tempo, a Terra e a Lua


Marcelo Gleiser
Coluna do jornal Folha de S. Paulo, 2012

Marcelo Gleiser, autor do artigo “O tempo, a Terra e a Lua”, é professor de física e astronomia da Dartmouth College em Hanover (EUA). O texto de linguagem simplificada e de fácil entendimento, não exige que o leitor tenha conhecimentos aprofundados. É totalmente suficiente o mínimo entendimento sobre a física, já que o artigo relaciona o planeta Terra com a Lua e o tempo, estes muito presentes em nosso cotidiano.
        Para desenvolver o tema, Gleiser inicialmente rebusca as origens da Lua, a qual segundo teorias mais recentes veio da Terra, por uma colisão cataclísmica que ocorreu nos primórdios do Sistema Solar, a aproximadamente 4,5 bilhões de anos atrás. A matéria acabou por se dispersar, se aglutinou em um único corpo celeste, e devido à rigorosa ação da gravidade esse corpo começou a girar em torno de seu astro criador.
        Com base nessa fundamentação, o professor explica o porquê da dinâmica Terra/Lua ser tão interligada. Devido à maneira como ocorreu o surgimento da Lua, sua distância até nós já foi bem menor e muito mais visível. O fato de a força da gravidade cair com o quadrado da distância revela que no passado (por conta da maior proximidade), a influência da Lua sobre a Terra, e a da Terra sobre a Lua, era muito mais intensa.
         Marcelo deixa claro que o efeito mais óbvio da atração é as marés, e no passado estas eram muito mais dramáticas do que as de hoje, pois sua força varia com o cubo da distância, sendo ainda mais sensível a ela do que a atração gravitacional. Esse efeito da maré diminui com o tempo e os dias vão se tornando cada vez mais longos, pois aos poucos a Lua vai se afastando da Terra em uma taxa de quatro centímetros ao ano.
No entanto, nos próximos parágrafos, o professor enfatiza que o tempo não está passando mais rápido do que antigamente, como muitos pensam. Na realidade, a definição de tempo não muda, mas sim a duração do dia, mesmo que de modo imperceptível para nós. Dados apresentados no artigo revelam que a duração de um dia, ou seja, uma revolução completa da Terra em torno de si mesma, aumenta 1,7 microssegundos por século.
Ao fazer uma estimativa para os futuros anos, Gleiser chega à conclusão de que, com a desaceleração contínua da rotação da Terra, o dia durará 47 horas e a distância Terra/Lua será 43% maior do que é hoje. Será um futuro extremamente estranho, mas isso só ocorrerá dentro de bilhões de anos.
Ao final do texto, podemos chegar a fácil conclusão de que, com base em todos os efeitos apresentados, nossa vida é produto de convenções. Tudo vem da nossa percepção da passagem do tempo, a qual, numa vida de apenas uma centena de anos, é cega aos percalços lentos da dança dos astros.

Referência Bibliográfica:
Gleiser, Marcelo, Folha de São Paulo, 2012. Acesso em 05/04/2013 às 15:15. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1150075-o-tempo-a-terra-e-a-lua.shtml
         

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