sexta-feira, 5 de abril de 2013

A era das Revoluções


   Para entender a Revolução Francesa, primeiro devemos saber o seu contexto histórico. A França, no século XVIII, ainda adotava o antigo regime, sendo um país absolutista e injusto. O rei controlava a economia, a política, a justiça e inclusive a religião. 
Os trabalhadores eram explorados, não tinham direito de voto nem de dar opiniões, e aqueles que se opusessem ao rei eram presos na Bastilha ou até condenados à morte. 
A sociedade era dividida em clero, nobreza e terceiro estado. O clero tinha o privilégio de não pagar impostos, a nobreza era formada pelos reis, duques, marqueses e outros nobres que viviam de luxo e por último, havia o terceiro estado.
O terceiro estado, formado por camponeses, trabalhadores e pela burguesia, trabalhava muito e pagava impostos muito altos, sustentando a sociedade. Vivendo uma vida miserável, os trabalhadores desejavam melhorias na qualidade de vida e direitos trabalhistas. Já a burguesia queria maior participação política e liberdade, baseando-se nas ideais iluministas.
A insatisfação crescia cada vez mais, quando o povo resolveu lutar por seus direitos e tentar tomar o poder e acabar com a monarquia comandada por Luís XVI. Para começar a revolução, o povo revolucionário derrubou a Bastilha, grande símbolo do poder absoluto, marco que ficou conhecido como "Queda da Bastilha" e que marcou o início da revolução. 
Com isso, muitos nobres deixaram a França, tentando fugir, mas a família real foi capturada. Luís XVI e sua esposa, Maria Antonieta, foram guilhotinados. 
Como resultado, a Assembléia Constituinte propôs a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, o que trouxe direitos aos homens e maior participação política.
A Revolução Francesa também marca o início da Era das Revoluções, pois a idéia se espalhou por toda a Europa e influenciou futuras revoluções.


1830:
         Quando Luís XVIII faleceu, Carlos X assumiu o trono por ser seu descendente mais próximo. Como os deputados eleitos eram 50% burgueses, e ele ainda tinha muita antipatia do povo, Carlos X percebe que não tem outra saída e assume posição autoritária, fechando o parlamento e controlando tudo, o que não agradou nem o povo e muito menos a burguesia.
Unidos, nos dias 27,28 e 29 de julho de 1830, que ficaram conhecidos como Três dias gloriosos, o povo de Paris, liderado pela burguesia, lutou para tirar Carlos X do poder.
A Guarda Nacional, vendo a grande quantidade de revoltas populares, resolveu apoiá-los. Após muitas lutas, conseguiram alcançar seu objetivo e exilar todos os Bourbon.
Aproveitando da falta de um político no poder, a Alta Burguesia instalou no poder o primo do rei, Luis Filipe de Orleans, que ficou conhecido como "rei burguês" por atender as necessidades da burguesia, independente do proletariado.
Essa revolução teve caráter antiabsolutisma, ou seja, liberal. Porem, sua repercursão foi grande pelas regiões da Europa, atingindo caráter nacional.

Política dos Banquetes:
      Após a expulsão da dinastia Bourbon, tirando a monarquia do poder, Luís Filipe de Orleans, o Rei Burguês, assumiu o poder. Buscou a ampliação do poder legislativo e anulou qualquer ato de censura aos meios de comunicação, além de separar a Igreja e o Estado.
O partido socialista opunha-se ao governo e propunha reformas. Com a proposta de fazer reformas eleitorais, foram criados os banquetes nos quais os oradores debatiam as questões e as reformas a serem empreendidas no país.
O ministro Guizot proibiu a realização de banquetes, o que provocou grande revolta. As barricadas, com o apoio da Guarda Nacional, ajudaram para a revolta se ampliar ainda mais.
Guizot foi demitido, mas não adiantou nada. A câmara foi invadida e os deputados fugiram. O rei burguês abdicou e o governo provisório proclamou a Segunda República da França, com a participação de burgueses, liberais e socialistas.
Assim, conseguiram, em 23 de abril, realizar a primeira eleição na Europa com voto universal masculino, secreto.
Essa manifestação ficou conhecida como "Política dos Banquetes" e ganhou força entre quase toda a população francesa, sendo o estopim para um grande movimento popular em 1848.

1848:
          A Revolução Francesa abriu portas para novas revoluções de cunho liberal. Uma delas foi a de 1848, que ficou conhecida como Primavera dos Povos.
As monarquias, percebendo que estavam ameaçadas pelo povo, se reuniram para conter as propostas de transformação que surgiram com a Revolução Francesa. Para isso, fizeram o Congresso de Viena, em que algumas monarquias que estavam presentes formaram a Santa Aliança. No Congresso, os monarcas se comprometeram a ajudar militarmente qualquer outra monarquia que estivesse ameaçada.
Porém, eles não foram capazes de conter as novas Revoluções que surgiriam na Europa.
Antes da Revolução acontecer de fato, uma crise econômica foi gerada devido à problemas na colheita, gerando um aumento no preço dos alimentos. Consequentemente, com menos produtos sendo consumidos, operários foram demitidos.
Revoltados com tal situação, encantados com as propostas liberais da experiência francesa e tomados por um socialismo utópico, o povo fez a Revolução que ficou conhecida como "Primavera dos Povos".
Os operários e camponeses exigiam melhores condições de vida e de trabalho e passam a defender o liberalismo. Quando Karl Marx publicou o livro "Manifesto Comunista", incentivou ainda mais as Revoluções da época. Muitas cidades da Europa estavam defendendo essas ideias liberalistas, tendo diferentes consequências em cada uma delas. Mesmo com o apoio de muita gente, a Primavera dos Povos não conseguiu transformar toda a Europa.

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