Com a eclosão e o avanço da Revolução Industrial na
Inglaterra e, subsequentemente, na maioria dos países europeus, houve um grande
crescimento das cidades e da população urbana. As cidades se expandiam, novas
fábricas eram construídas e a força de trabalho do proletariado era cada vez mais
explorada pela burguesia, detentora dos meios de produção.
As condições das fábricas nesse período eram precárias e as
condições dos operários piores ainda. Trabalhavam cerca de 18 horas por dia,
sem férias, sem descanso semanal e ainda por cima viviam em habitações
populares extremamente humildes na periferia das cidades.
Dessa
forma, a miséria e a fome não tardaram a aparecer, assim como doenças e
epidemias devido às péssimas condições de higiene, escassez do fornecimento de
água e pelo fato de não terem como se proteger do frio no inverno, o que levou
à morte inúmeros trabalhadores. Diante desse contexto, haverá um significativo
desenvolvimento na área da Medicina, que procurará solucionar esses problemas.
A
proliferação de doenças infecciosas, como a sífilis e a tuberculose, e também a
de doenças relacionadas à má alimentação, como a pelagra, o raquitismo e o escorbuto,
serão questões cruciais para entender o surgimento da medicina social de Rudolf
Virchow, um médico e político alemão.
Segundo
ele, uma das etapas para a consolidação da medicina social é a chamada Medicina
das Cidades, que tem como objetivo controlar os fatores nocivos à saúde da
população urbana que estavam associados às grandes epidemias, evidenciadas na
França principalmente. Além disso, havia também a etapa conhecida como Medicina
da Força de Trabalho, que era consolidada no sanitarismo inglês. Seus estudos,
mais tarde, originariam os conceitos de saúde pública e também da medicina
preventiva.
Nesse
mesmo contexto, a Revolução Industrial, junto com inúmeras guerras e
revoluções, gerará um ambiente de desenvolvimento científico generalizado que
contribuirá com a instauração de condições técnicas para o triunfo da assepsia,
conjunto de medidas que permite manter um ser vivo isento de bactérias, e também
da anestesia, que permitiu que os pacientes passassem por cirurgias e outros
procedimentos sem a angústia da dor.
Já
as Revoluções Burguesas, por sua vez, promoverão cidadãos livres e pensadores, o
que possibilitará a construção de uma nova medicina científica e empírica, desligada
do místico e artesanal.
O
século XIX verá nascer a medicina experimental de Claude Bernard, um dos principais
iniciadores da linha experimental hipotético-dedutiva, a genética de
Gregor Mendel, a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin e também o
estudo de micro-organismos por Louis Pasteur e Robert Koch, que fundamentarão a
teoria microbiológica da doença.
Por Tatiana Jardim
Nenhum comentário:
Postar um comentário