sexta-feira, 5 de abril de 2013

A Evolução da Medicina na Era das Revoluções


Com a eclosão e o avanço da Revolução Industrial na Inglaterra e, subsequentemente, na maioria dos países europeus, houve um grande crescimento das cidades e da população urbana. As cidades se expandiam, novas fábricas eram construídas e a força de trabalho do proletariado era cada vez mais explorada pela burguesia, detentora dos meios de produção.
         As condições das fábricas nesse período eram precárias e as condições dos operários piores ainda. Trabalhavam cerca de 18 horas por dia, sem férias, sem descanso semanal e ainda por cima viviam em habitações populares extremamente humildes na periferia das cidades.
         Dessa forma, a miséria e a fome não tardaram a aparecer, assim como doenças e epidemias devido às péssimas condições de higiene, escassez do fornecimento de água e pelo fato de não terem como se proteger do frio no inverno, o que levou à morte inúmeros trabalhadores. Diante desse contexto, haverá um significativo desenvolvimento na área da Medicina, que procurará solucionar esses problemas.
         A proliferação de doenças infecciosas, como a sífilis e a tuberculose, e também a de doenças relacionadas à má alimentação, como a pelagra, o raquitismo e o escorbuto, serão questões cruciais para entender o surgimento da medicina social de Rudolf Virchow, um médico e político alemão.
         Segundo ele, uma das etapas para a consolidação da medicina social é a chamada Medicina das Cidades, que tem como objetivo controlar os fatores nocivos à saúde da população urbana que estavam associados às grandes epidemias, evidenciadas na França principalmente. Além disso, havia também a etapa conhecida como Medicina da Força de Trabalho, que era consolidada no sanitarismo inglês. Seus estudos, mais tarde, originariam os conceitos de saúde pública e também da medicina preventiva.
         Nesse mesmo contexto, a Revolução Industrial, junto com inúmeras guerras e revoluções, gerará um ambiente de desenvolvimento científico generalizado que contribuirá com a instauração de condições técnicas para o triunfo da assepsia, conjunto de medidas que permite manter um ser vivo isento de bactérias, e também da anestesia, que permitiu que os pacientes passassem por cirurgias e outros procedimentos sem a angústia da dor.
         Já as Revoluções Burguesas, por sua vez, promoverão cidadãos livres e pensadores, o que possibilitará a construção de uma nova medicina científica e empírica, desligada do místico e artesanal.
         O século XIX verá nascer a medicina experimental de Claude Bernard, um dos principais iniciadores da linha experimental hipotético-dedutiva, a genética de Gregor Mendel, a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin e também o estudo de micro-organismos por Louis Pasteur e Robert Koch, que fundamentarão a teoria microbiológica da doença. 

Por Tatiana Jardim

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