sábado, 30 de março de 2013

Resenha: Universos em Colisão


Universos em colisão

Marcelo Gleiser

Coluna do jornal Folha de S. Paulo, 2013

         Marcelo Gleiser, professor de física e astronomia da Dartmouth College, em Hanover (EUA), aborda o tema que trata de colisões entre universos inteiros. O assunto, interessante e de fácil entendimento, chama a atenção do leitor, pois o autor tenta demonstrar a veracidade de várias teorias anteriormente propostas relacionadas a dimensões muito distantes e a fatos não muito considerados pelos seres humanos mas que podem influenciar diretamente às nossas vidas.
         O professor introduz seu artigo fazendo referência ao best-seller de Immanuel Velikovsky, "Mundos em Colisão", publicado em 1950. Neste, as teorias propostas foram sumariamente refutadas pela comunidade astronômica por misturar mitologia grega à ciência, tentando explicar com eventos astrofísicos as catástrofes registradas nos mitos de culturas antigas.
         Para explicar o catastrofismo cósmico, Gleiser resgata as origens do surgimento do universo, o qual a 13,7 bilhões de anos atrás veio se expandindo, nem sempre regularmente. Chamado de inflação o período de expansão acelerada do Cosmo, o autor compara os Universos como sendo ilhas no meio do oceano, ao referir-se ao chamado Multiverso.          
         Sendo a física uma ciência empírica, Marcelo afirma que essa hipótese, assim como todas as outras, precisa ser testada. A inflação já é uma previsão confirmada que, segundo Gleiser, supõe que nosso Universo seja geometricamente plano e repleto de radiação com a mesma temperatura em todas as direções. No entanto, ainda não é totalmente possível provar a existência de outros Universos, isso porque ainda não somos capazes de receber informações de além do horizonte (a esfera que delimita o quanto a luz pôde viajar em 13,7 bilhões de anos de expansão).
         Por outro lado, o professor nos mostra ao final de seu artigo que, assim como bolhas de sabão que vibram quando colidem sem se destruir, a radiação dentro do nosso Universo teria vibrado devido às perturbações criadas pela colisão com outros Universos. Essas perturbações estariam registradas na radiação que permeia o Cosmos e podem, em princípio, ser observadas: seriam anéis concêntricos onde a radiação teria temperatura um pouco mais alta ou baixa.
         Marcelo termina seu texto com duas notícias: uma boa e uma ruim. A boa é que esses anéis ainda não foram encontrados e a ruim é que a probabilidade de colidirmos com outro universo aumenta com o tempo.
         A título de conclusão, podemos facilmente entender que há no texto uma grande diferença entre ciência e especulação, pois o fato de podermos colidir com outros Universos ainda não foi comprovado. No entanto, Gleiser abre nossos olhos para a possibilidade, mesmo que ainda não totalmente testada, de podermos desaparecer a qualquer instante.

Referência Bibliográfica:
Gleiser, Marcelo, Folha de São Paulo, 2013. Acesso em 29/03/2013 às 15:00. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/87187-universos-em-colisao.shtml.

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